Cuba suspende veto a artistas proibidos nas rádios da ilha
(Foto: Gloria Estefan, a cantora de pop latino mais bem sucedida da história, vendeu cerca de 100 milhões de álbuns)
Os cubanos vão poder voltar a escutar músicas de artistas como Celia Cruz e Gloria Estefan. Apesar de não existir uma lista oficial de censura, as cantoras - e outras dezenas de músicos - estavam proibidas de serem tocados na ilha por serem críticas ferozes da Revolução Cubana e de seu líder Fidel Castro. Agora, Havana decidiu por abaixo a lista com 50 personalidades da música banidas no país.
Além de Gloria Estefan e da já falecida Celia Cruz, estão livres do veto o saxofonista Paquito d’Rivera, o cantor Willy Chirino, a cantora de bolero Olga Guillot e o intérprete espanhol Julio Iglesias. Apesar da proibição, as novas tecnologias permitiram que cubanos tivessem acesso às chamadas “vozes proibidas”, com a distribuição e comercialização de gravações no mercado negro.
Autoridades consideram que a lista negra cumpriu seu “propósito” e decidiram acabar com a censura como parte das reformas de abertura da ilha, revelaram fontes consultadas pela BBC. O levantamento do veto, no entanto, não significa que os artistas outrora banidos vão se tornar hits na rádio cubana. Pelo menos, não por enquanto, já que muitas emissoras não teriam seus discos ou ainda devem esperar para ver como o governo vai responder de verdade aos canais que decidirem reproduzir as ex-vozes proibidas.
O caso mais emblemático é provavelmente o de Gloria Estefan, talvez a mais crítica ao governo dos Castro entre os artistas banidos. A cantora era bebê quando sua família, por motivos políticos, decidiu abandonar a ilha e ir para Miami. Seu pai era guarda-costas da esposa do ditador Fulgencio Batista quando eclodiu a Revolução. Desde o início de sua carreira, Gloria usou a música para reivindicar mais liberdade no país de origem, como na canção “Cuba libre”.
O saxofonista e ganhador de um Grammy - o Oscar do mundo da música - desertou durante uma turnê internacional e sempre foi abertamente contra Fidel Castro, apesar de sua mulher e filho continuarem vivendo em Cuba.
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